Ainda sem previsões para o início da produção em escala industrial do biocombustível, a usina de beneficiamento do óleo de cozinha usado está a pleno vapor e aberta à participação da população, que pode se tornar a principal fornecedora.

A iniciativa já caminha de mãos dadas com o trabalho de cooperados da Cootramat, que, apesar da parcela ainda muito pequena de óleo separado pela população na coleta seletiva, enfatiza o presidente da ComVida, já fornecem matéria prima para o beneficiamento da substância. “Os catadores são verdadeiros saneadores ambientais”, acentua o diretor ambiental da entidade.

Entusiasta do projeto, o secretário municipal do meio-ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, também destaca a importância dos catadores tanto na nova proposta quanto no atual processo de compostagem e reciclagem dos resíduos sólidos na cidade.

Entretanto, o chefe da pasta atenta para a sempre batida, mas ainda ignorada, questão da maior participação popular na separação do lixo reciclável. “(A quantidade recolhida) está 100 a 105 toneladas por mês. Poderia ser o dobro”, observa. “E não se trata nem de conscientização, pois a importância da coleta seletiva está mais do que batida na mídia. O que acontece é comodismo mesmo”, lamenta.

A renda média mensal de um catador cooperado, detalha Maria Cecília Pereira de Oliveira, responsável pela comercialização de material reciclado da Cootramat, esta entre R$ 500,00 e R$ 600,00, cerca de R$ 25,00 ao dia. Apesar de ainda não haver estimativa do quanto esses rendimentos seriam maiores com o estabelecimento da produção plena em escala comercial do biodiesel na cidade, através do recolhimento de óleo de fritura usado, os benefícios tanto para a cadeia profissional a ser criada pela iniciativa, quanto para o planeta, são incontáveis: “pensamento global, ação local”, incentiva Meneses.

Fonte: Jornal da Cidade | 29 de novembro de 2009